O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, depois de admitir em rede nacional, no “Programa do Jô” da Rede Globo, que são os hospitais filantrópicos os maiores prestadores de assistência médico hospitalar no Brasil, atendendo muito mais usuários que a rede publica.
Depois de admitir que é insuficiente a remuneração paga pelo SUS aos seus prestadores de serviço através tabelas que em alguns procedimentos não sofre correção de valores há 10 anos.
Depois de calar-se sobre solução quanto a alguma valorização dessas remunerações aviltantes em percentual e em tempo para aplicá-las.
Depois de alardear a solução de importar médicos, 6.000 profissionais, sem comprovar a qualificação de suas formações.
Depois das ameaças ao Revalida – Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos, quando se discute a necessidade da realização de um exame de ordem para médicos formados no Brasil.
Cria no Ministério da Saúde um GT - Grupo de Trabalho para analisar as propostas enviadas ao governo federal pela AMB (Associação Médica Brasileira), pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela FENAM (Federação Nacional dos Médicos) buscando solucionar a falta de acesso à assistência médico hospitalar pela população nos pequenos núcleos populacionais ou mesmo nas periferias dos grandes centros.
O anúncio é tardio e iníquo se não for anunciada também a manutenção do Revalida, este sim o cerne da questão que busca garantir a excelência do atendimento médico, a qualidade da medicina a ser praticada no País por profissionais efetivamente gabaritados.
Após esta manutenção do exame Revalida, aí sim é fundamental que comecemos a discutir neste GT, duas frente de luta buscando a universalização do atendimento médico com uma melhor distribuição dos profissionais e de centros de atendimento a saúde devidamente equipados.
Em primeiro lugar temos de buscar um verdadeiro e sustentável Programa de Interiorização do Médico seja ele de que nacionalidade for. O problema não é xenofobia. Não defendemos a nacionalidade do médico, mas sim sua capacitação.
A segunda frente de ação, igualmente importante, é a criação de uma carreira de Estado no Sistema Único de Saúde para todos os profissionais Médicos, Enfermeiros, Dentistas, Farmacêuticos, Bioquímicos, Fisioterapeutas e todos os outros profissionais da área da saúde com acesso somente por concurso público e níveis de remuneração decentes.
Só assim começaremos a progredir neste campo. Não será importando médico sem competência, destruindo o Revalida ou criando novas faculdades sem critérios, que conseguiremos evoluir.