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Automedicação

Voltar para listagem de colunas Inserida em: 25/01/2011 Colunista: Dr. Mário da Costa Cardoso Filho

 

Um passo importante e responsável foi dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao estabelecer novas regras para controlar a comercialização de antibióticos no Brasil.
 
Atualmente tais medicamentos só podem ser vendidos em farmácias e drogarias mediante apresentação da receita de controle especial em duas vias. Ou seja, sem a orientação, sem a prescrição de um profissional médico capacitado, ninguém mais, ao menos, teoricamente, compra antibióticos no País.
 
Trata-se de uma norma que tem sido conduzida, até aqui, com firmeza pela Anvisa que ao tornar mais rígidas as normas para qualquer prescrição médica pressupõe um diagnóstico. Para tal é fundamental a consulta médica composta de anamnse, exame físico e, quando necessários, exames auxiliares de terapia e diagnose.
 
Infelizmente a automedicação é uma realidade em nosso País e ela prevalece, não apenas em lugares mais afastados e área de difícil acesso, mas todos nós estamos sujeitos a severas tentações de praticá-la.
 
A Anvisa com esta norma, demonstra compromisso com a comunidade, o que nem sempre está presente no Ministério da Saúde e no Sistema Único de Saúde (SUS) afim de disponibilizar assistência rápida e eficaz aos cidadãos, como a realização de consultas e de exames subsidiários em tempo hábil para um efetivo diagnóstico, bem como disponibilizar o acesso a medicamentos essenciais ao tratamento que nem sempre estão acessíveis ao todo da população ou a sua parcela menos provida.
 
É imperativo, pois que regras rígidas também sejam estendidas à maioria dos medicamentos para que sejam adequadamente utilizados.
 
É também imperativo que a política nacional de saúde contemple questões que podem qualificar a assistência a saúde como por exemplo: plano de carreira para médicos e profissionais da saúde, políticas para fixar os médicos em regiões de difícil acesso, melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS) e parar de usar o residente como mão de obra barata. A classe médica da qual faço parte, luta pelo resgate do SUS, lamentavelmente sem ser ouvida.

O que mais precisamos é que no Governo Federal, médicos competentes sejam chamados para opinar e organizar o Sistema Único de Saúde, e não deixá-lo na mão de tecnocratas, de nomeações puramente políticas ou composições partidárias.